As sugestões ganham força, quando são repetidas.
Se alguém deixa de atender
uma proposta feita pela primeira vez, ouvindo continuamente a mesma coisa,
acaba por ceder.
A convicção é um elemento indispensável ao êxito. Fazei pois o
necessário para obtê-la.
Deveis apropriar-vos da arte
de escutar. é um dos primeiros atributos da delicadeza. Muitos homens ganham
batalhas só devido à qualidade de saberem escutar.
Escutai cada uma das palavras
com atenção e compostura, mas defendei-vos de toda impressão;
Se sois de natural exaltado
ou se o medo, a inquietação e o infortúnio facilmente tenham ascendente em vós,
deveis prestar particular atenção ao capítulo que trata do desenvolvimento do
caráter e corrigir-vos dessas faltas.
Cultivai maneiras simples e
francas. A maioria dos homens gosta disso.
Sede sério, falando.
Dai apertos de mão sólidos e
viris.
Acompanhai esse aperto de mão
com um olhar firme.
Cultivai a voz, por maneira a
dar-lhe um tom agradável. Evitai, por um lado, uma voz mal distinta, murmurosa,
e, por outro lado, um tom ruidoso, áspero.
É um excelente método regular
a voz pela do nosso interlocutor,
A voz é de uma importância
incontestável. Uma voz branda, frases bem modeladas, garantem um acolhimento
favorável e numerosas vitórias ao seu afortunado possuidor. Exprima a vossa voz
os sentimentos que quereis comunicar e interprete todos os cambiantes deles. A
voz expressiva é um dos mais poderosos instrumentos de sugestão.
O leitor não deve desanimar
se algumas das qualidades supramencionadas lhe faltam. Deveis convencer-vos bem
da verdade seguinte: todos os dons da natureza podem ser obtidos por vós, se
quiserdes dar-vos ao trabalho de estender a mão para os colher.
A vista é um dos meios mais
poderosos que a influência pessoal tem ao seu dispor. Cativa a atenção do nosso
interlocutor, tornando-o, assim, suscetível em mais elevado grau de receber as
nossas sugestões. Além disto, a vista possui ainda a faculdade de implantar a
nossa vontade na alma de outrem, com a condição de que esse poder seja exercido
por modo racional. Atrai, cativa e encanta o associado ativo, oferecendo-nos o
ensejo de falar ao associado acomodatício. É uma arma temível a vista daquele
que tem assimilada a ciência da lei do império-mental. Tal pessoa transplanta
diretamente as vibrações da sua alma para a alma do seu interlocutor.
É da maior importância
principiar toda conversação, encarando a pessoa com quem falais, bem de frente,
com um olhar magnético e persistente. Não é necessário fixá-la, mas é preciso
que vosso olhar seja constante e firme, dando a impressão de uma grande força
de vontade e de concentração.
Isto é muito importante e
nunca deve deixar de ser regra. Quando falardes de negócios, sede sempre sério
e resoluto, cativai a atenção do vosso homem; se tendes um pedido a fazer,
fazei-o clara e dignamente, com os olhos nos dele e querendo interiormente
que ele vos conceda o que pretendeis. Fazei tudo o que puderdes para
impedir-lhe de olhar para outra parte nesses momentos decisivos.
Deveis manter-vos num estado
de alma positivo, quando perceberdes que alguém quer influenciar-vos, e
convencer-vos do pensamento de que sois forte e de que estais acima dessa
influência.
O olhar geralmente conhecido
sob o nome de olhar magnético é a expressão de um fervoroso desejo da
alma por meio da vista, cujos nervos e músculos foram desenvolvidos de maneira
a poderem fornecer o esforço necessário para expedir um olhar firme,
persistente e positivo.
Não deveis contentar-vos com percorrer exercícios,
mas experimentá-los continuamente, tomando por alvo as pessoas com as quais
tendes negócios, e assegurando-vos bem dos resultados obtidos. Só pelas
experiências feitas sobre "tipos viventes" é que podereis aprender a
conhecer a fundo o poder do olhar humano.
EXERCÍCIOS
1- Tomai uma folha de papel branco que meça
aproximadamente 15 centímetros em quadrado. Traçai nela um círculo, cuja
superfície seja, mais ou menos, igual a uma moeda de vinte centavos. Pintai com
tinta de escrever este círculo, de modo que se destaque nìtidamente na
superfície branca do papel. Colocai ou pregai, depois, esse papel na parede, à
altura da vossa vista, estando sentado; colocai uma cadeira no meio do quarto e
ponde-vos defronte desse papel.
Fixai serenamente o olhar na marca negra, mas isso
com firmeza, sem pestanejar, durante um minuto. Depois de ter deixado repousar
a vista um momento, repeti o exercício. Recomeçai cinco vezes.
Deixai agora a cadeira no seu lugar, e suspendei o
papel a meio metro de distância, mais ou menos, à direita do seu posto
anterior. Sentai-vos, fixai o olhar no lugar da parede que vos fica fronteiro,
isto é, onde antes estava o "alvo", virai os olhos para a direita
(sem mover a cabeça) e fixai o papel com persistência durante um minuto. Repeti
este exercício, colocando o papel A. esquerda em vez de ser à direita, do seu
primitivo lugar. Repeti este exercício cinco vezes. Repeti, enfim este
exercício durante três dias, e ide prolongando o tempo até dois minutos. Passados
três dias, prolongai o tempo até três minutos, e assim sucessivamente, ide
prolongando o tempo de um minuto todos os três dias. Pessoas há que adquiriram
a faculdade de conservar o olhar fixo sobre um ponto, durante vinte ou trinta
minutos, sem pestanejar e sem que os olhos se lhes encham de lágrimas; mas
aconselho-vos a que não excedais o limite de um quarto de hora. O homem que
sujeita o seu olhar durante um quarto de hora, pode emitir um olhar tão
poderoso como aquele que conseguiu submetê-lo por meia hora.
2. - Ponde-vos de pé, o rosto voltado para a parede,
à distância de um metro desta. Suspendei o pedaço de papel com a marca negra à
altura dos vossos olhos. Pregai o olhar nessa marca e fazei a cabeça descrever
um círculo, sem desviar a vista da marca. Como este exercício força os olhos a
girar nas suas órbitas, exige naturalmente um esforço considerável dos músculos
e nervos. Variai o exercício, voltando a cabeça em direções diferentes. Começai
serenamente este exercício e fazei de sorte que não fatigueis os olhos.
IV. - Encostai-vos à parede, olhando-a de frente e
dirigi ràpidamente o olhar de um ponto da parede para outro, do alto para
baixo, da direita para a esquerda, em ziguezague, em círculos, etc. Parai
quando os olhos começarem a fatigar-se. A melhor maneira de terminar este
exercício parece-me ser a de fixar um só ponto, o que dará descanso aos olhos,
depois do movimento que precedeu. Este exercício tem por fim fortificar os
músculos e os nervos óticos.
v. - Quando tiverdes desenvolvido um olhar resoluto,
aprendereis a ter nele confiança, persuadindo um dos vossos amigos a que vos
permita experimentar nele a força do vosso olhar. Fazei-o colocar uma cadeira,
diante de vós; sentai-vos e olhai-o serena, firme-mente e com persistência,
recomendando-lhe que vos encare por tanto tempo quanto puder suportar.
"Os pensamentos são coisas". Nestas poucas palavras,
exprimiu ele uma verdade cujo poder é tal que, se a humanidade a concebesse
plenamente, essa verdade revolucionaria o mundo. O pensamento é
uma "coisa" existente, exatamente como as outras coisas materiais. O
pensamento não é senão uma forma mais densa do espírito;
A natureza das vibrações do
pensamento que projetamos, depende do próprio pensamento. Se os pensamentos
tivessem cores, veríamos os nossos pensamentos de receio e de inquietação
rastejando pelo solo, como nuvens sombrias e espessas; e os nossos pensamentos
alegres, felizes e esperançosos, nossos pensamentos "POSSO" e
"QUERO" seriam vi-síveis, misturando-se a nuvens semelhantes e
movendo--sé ràpidamente em massas transparentes muito acima das emanações
densas e nauseabundas, provenientes de pensamentos de receio, inquietações e de
"Não posso".
Qualquer que seja a distância
que as ondas dos vossos pensamentos percorram, conservar-se-ão sempre, até
certo ponto, em contato convosco e exercerão a sua influência, tanto em vós
como nos vossos semelhantes.
criar uma radiação mental que
fortaleça o vosso "Êxito".
Se alimentardes pensamentos
alegres e felizes, eles atrairão pensamentos similares e sentir-vos-eis mais
felizes, mais alegres e mais contentes pelas suas influências combinadas. Isto
é rigorosamente verdadeiro,
Os pensamentos de medo e de
dúvida pouca força exercem, em comparação com os pensamentos expectantes e
cheios de confiança. Mas tomai ânimo, alimentai pensamentos ousados, formai o
"Eu posso e quero", e atraireis as ondas de pensamentos similares,
congêneres dos vossos, e Estes vos estimularão, vos darão força e vos ajudarão
a atingir o vosso fim.
visto que o seu pensamento
atrai o pensamento similar e vê um mundo que tem a cor dos vidros dos óculos da
sua alma.
No mundo do pensamento, recebereis o que tiverdes dado - e com
usura.
Se procederdes assim, intimamente, durante um mês, por exemplo,
dareis por uma diferença enorme em tudo, mas principalmente em vós próprio;
sentireis toda a força que não vos haveis de arrepender.
Há duas categorias de
pensamentos que são particularmente nocivas :o Medo e o Ódio. Estas duas ervas
ruins são o pai e a mãe da maior parte das outras. A Inquietação é a filha mais
velha do Medo e parece-se muito com ele. A Inveja, a Maledicência e o Furor
pertencem à casta que reconhece o Ódio por pai. Exterminai os pais e não tereis
que vos ocupar dos descendentes.
outro fenômeno da força
atrativa do pensamento.
ela se manifesta nos casos de
êxito como resultado do pensamento preciso. as pessoas que
conseguem o que desejam o devem às suas vibrações mentais enérgicas
O que é necessário para prosseguir obstinadamente um ideal
mental é, antes de tudo, um desejo ardente (não um simples desejo); em seguida,
uma fé absoluta no vosso poder de atingir um fim (não apenas uma opinião
hesitante), e enfim, a resolução inabalável de ganhar a causa (não apenas um
"Podereis muito belamente experimentar", sem nervo e sem vigor).
As qualidades da alma supramencionadas vos farão
indubitàvelmente triunfar, se perseverardes; moldarão o caráter, torná-lo-ão
próprio para o desempenho das suas funções, visto que o pensamento toma forma
em ações; sereis por ela dotado de forças poderosas para influenciar os vossos
semelhantes e produzirão ondas de pensamento que atrairão em vosso auxílio
outras ondas de
pensamento. Se tendes pensamentos de "Não posso",
projetais no espaço vibrações que suscitarão nos vossos semelhantes o
sentimento de que com efeito não podeis; estas não vos serão de nenhuma
utilidade, não terão necessidade alguma de vós. O mundo não se
sente atraído para as pessoas "Eu não posso". Esta forma de pensamentos
cria circunstâncias que antes repelem do que atraem. O instinto de conservação
de si mesmo levará os homens a fugir dos indivíduos com quem tratam.
Criai o pensamento "Posso e quero", e as ondas
vibratórias propagar-se-ão alegremente carregadas de mensagens animadoras, o
mundo achar-se-á fortemente atraído para vós e os vossos, triunfos hão de
seguir-se uns aos outros. Os homens fortes sentirão que entre vós e eles existe
uma afinidade secreta e terão gosto em cooperar convosco. Os indivíduos fracos
sentirão a vossa força; sentirão a necessidade de vosso auxílio e serão
influenciados por vós e por vós atraídos, sem terem consciência disso. Eis um
exemplo de faculdade atrativa do pensamento. Experimentai. A faculdade atrativa
do pensamento leva muito mais longe o seu raio de influência.
a mesma faculdade do
pensamento vos atrairá para as outras pessoas, e achareis, como por instinto,
os indivíduos que serão capazes de vos prestar serviços ou de vos auxiliar.
Digo-vos que conseguireis tudo quanto desejardes, se quiserdes
reconhecer esta lei.
o vosso triunfo parece depender absolutamente do grau de FE que
tendes na força. Uma fé hesitante não oferecerá senão resultados imperfeitos,
ao passo que uma fé convicta, firme e acompanhada da convicção de que
"tereis o que quiserdes", fará milagres. Conservai essa fé e
acompanhai-a de um desejo ardente e triunfareis. "Pedi, e recebereis;
batei, e abrir-se-vos-á"; mas acompanhai o pedido e a pancada de uma fé
inabalável e de confiança no êxito.
Helen Wilman disse:
"Aquele que ousa reconhecer o seu "eu" pode esperar serenamente,
porque o destino rápido realizará certamente os seus desejos.»
"esperar
serenamente" referem-se, ao estado de alma e exprimem a esperança serena e
firme de uma "coisa que certamente acontecerá".
Isto não quer dizer que o
homem deva sentar-se de braços cruzados
O homem dentro do qual impera
um desejo ardente e cujas impulsões do pensamento são concentradas, não se
senta para esperar como espectador indiferente às coisas que vão passar-se; só
com detrimento da faculdade que lhe permite prosseguir e perseverar seriamente
no seu ideal ele faria isso. O pensamento manifesta-se na ação; quanto mais
forte for o pensamento, mais enérgica será a ação.
"Não espereis que coisa
alguma venha até vós; levantei-vos e ide à procura dela." E durante todo o
tempo, esperareis confiadamente a coisa, obedecendo à vossa ordem.
O "Exito" não pode
sem completamente satisfeito de
outra maneira.
TUDO É VOSSO, COM A CONDIÇÃO DE QUE VÓS, MUITO A SÉRIO, QUEIRAIS
QUE O SEJA. Refleti nisto. Tudo! Experimentai. Experimentai com
seriedade e obtereis. É uma lei poderosa que vos espera.
.
DESENVOLVIMENTO
DO CARÁTER PELO IMPÉRIO MENTAL
Pela força da sua vontade, o homem pode moldar e remoldar o seu caráter e desenvolver-se
como bem lhe parecer. O homem é absolutamente o que quer ser; não há dúvida,
pode "refazer-se".
Compreendereis o que isto
quer dizer, se vos compenetrardes um instante da verdade de que "todo
efeito tem uma causa". Deve-se o bom resultado nos negócios a certas
faculdades da alma (ou do espírito), do caráter ou do temperamento. Ora, é só a
primeira destas três que realmente existe, pois que as duas outras não são
senão efeitos da primeira
E na aquisição dessas
qualidades é que está a solução do problema.
Sabeis muito bem quais são as
qualidades necessárias: a Energia, a Ambição, a Decisão, a Coragem, a
Perseverança, a Paciência, a Prudência; podiam-se acrescentar mais.
Nós somos os criadores dos
nossos hábitos, tanto pelo que respeita ao nosso corpo, como pelo que toca à
nossa mentalidade. Os traços do nosso caráter são o resultado dos nossos
pensamentos habituais. As tendências hereditárias podem facilitar-nos contrair
certos hábitos e tornar-nos difícil contrair outros (razão por que nos
desenvolvemos na direção em que a resistência é mais fraca), mas, em todo caso,
o caráter é o resultado dos costumes contraídos.
Entretanto, temos consciência
do fato de que novas sendas seriam muito melhores e de que, uma vez traçadas,
também seriam cômodas.
Todos nós sabemos isto. É uma
história antiga. Ora, sendo assim, porque é que nos não dispomos a traçar as novas
sendas? É porque recuamos perante o esforço. Não temos força de vontade,
determinação e perseverança. Reconheço que a tarefa não é fácil, mas enfim,
recomendo-vos que penseis na recompensa.
o trabalho mental se faz de
duas maneiras e que desempenha duas funções: a Função ativa e a Função passiva.
A Função ativa produz os
pensamentos volitivos e originais, enquanto a Função passiva não faz senão o
que lhe manda a Função ativa (ou as outras pessoas).
A Função passiva domina-nos,
a não ser que saibamos subjugá-la. Contai-lhe diferentes vezes alguma coisa
(alguma coisa que queirais fazê-la acreditar), e ela se enfronhará tão depressa
no novo ponto de vista, como no antigo. Eis o segredo que permite romper com os
velhos hábitos de pensa-mento, a ação, a disposição, o caráter.
A sugestão que é exercida sobre a Função passiva pode ter a sua
fonte na vossa própria mentalidade ativa ou na de um dos vossos semelhantes. É
esta a explicação de um hábito, quer ele seja bom ou mau.
Os bons resultados são obtidos fortificando a vontade, ou,
melhor ainda, fortificando a Função ativa com auxílio da vontade, tornando, por
isso, esta função capaz de intervir e de ORDENAR simplesmente à Função passiva
que abandone o hábito de pensamento conservado até aí e contraia outro novo.
Quando aplicais o método da auto-sugestão não fazeis,
simplesmente, senão comunicar e repetir, sem cessar, à Função passiva o fato de
que o novo hábito está contraído (ignorai o antigo!)
O quarto método, o da "Absorção no Pensamento",
consiste em vos colocardes continuamente num estado de alma absolutamente
passivo e em concentrar o vosso pensamento INTENCIONALMENTE na idéia ou na
aceitação mental do fato da existência do novo hábito; - imaginai que sois vós
próprio um homem na posse da qualidade desejada. É preciso trazerdes convosco
este pensamento, sem cessar, e 'terdes sempre a mesma imagem da vossa
imaginação diante dos olhos; cada instante de ócio, da noite ou do dia, deve
ser utilizado
em fazer tomar raízes na vossa alma esta idéia.
Num lapso de tempo relativamente curto, a imagem criada pela
imaginação torna-se uma coisa real e o pensamento é seguido de perto pela ação.
é a combinação da
auto-sugestão e da absorção no pensamento, que se poderia chamar o tratamento
ideal para o desenvolvimento do caráter.
Não deveis percorrer esta parte à pressa, sob pretexto de que
ela é tão simples. É um segredo que vale riquezas e ao qual não querereis
renunciar, nem por todo o ouro do mundo, uma vez que tenhais tomado
conhecimento dos serviços que vos prestou.
Quanto ao poder da
auto-sugestão, experimentar-lo-eis, repetindo continuamente as palavras:
"Não tenho receio", "Tenho a certeza", "Bani todo
receio", "Não temo nada", etc.
Estas auto-sugestões devem
ser feitas com seriedade, exatamente como se quisésseis sugestionar um outro
indivíduo e vos fosse preciso aplicar-vos a vivificá-las em vós.
COMO ABSORVER-VOS NO
PENSAMENTO
- Escolhei um sítio sossegado
e tranqüilo, tão longe quanto possível dos ruídos e do movimento da rua. O fim
é afastar de vós toda impressão que poderia distrair-vos e ficardes bem a sós
convosco.
- Estendei-vos em posição
absolutamente cômoda. Deixai distender todos os músculos, suprimi toda tensão
dos pés à cabeça. Respirai profunda e lentamente, e retende o ar, por alguns
segundos, nos pulmões, antes de o expirar; continuai a respirar lentamente, até
que um sentimento de bem-estar se apodere de vós.
- Concentrai toda a vossa
atenção interiormente em vós, excluindo toda impressão do exterior. Exercícios
de concentração vos tornarão capaz de fazer isto.
- Quando estiverdes no estado
desejado de repouso físico e mental, fixai o vosso pensamento com sossego,
firmeza e persistência, nas palavras "sem receio"; fazei de modo que
a forma exterior desta locução, por assim dizer, se imprima na vossa alma como
um sinete na cera. Abandonai-vos absolutamente ao pensamento desta locução e
nos sinais característicos das pessoas que possuem essa qualidade, etc.
V. - Formai de vós próprio
uma imagem mental, em que vos representeis como possuindo essa qualidade;
desenvolvei este assunto como um sonho; representai-vos como em via de fazer
toda casta de coisa em virtude da posse da qualidade; vêde-vos possuindo a
qualidade desejada nas vossas relações com os vossos semelhantes, homens ou
mulheres. Numa palavra, permiti-vos sonhar agradàvelmente, mas bem desperto, o
tema belo de todos os vossos cuidados - a posse da qualidade.
Largai rédeas à imaginação,
impedindo-a somente de abandonar o tema, e escolhei as circunstâncias e
peripécias dos vossos sonhos, de modo a ser sempre aquele que triunfe. Terminai
sempre esses sonhos com uma forte impressão do "Eu existo". Isto
aumentar-vos-á a força e a confiança. De fato, vale mais alternar os
pensamentos referentes à qualidade com a idéia e o reconhecimento do "Eu
existo".
VI - Repeti Estes exercícios
tão amiúde quanto possível. Gota dágua em pedra dura, tanto bate até que fura.
Os pensamentos sem cessar reiterados, to-mam raízes e crescem ràpidamente. É
muito recomendável fazer Estes exercícios antes de adormecer, na cama, e também
durante as noites de insônia, se dela sofreis. Se sentis que ides adormecer,
não vos debatais contra a sonolência, visto que a impressão com que estais ao
adormecer subsistirá no vosso sono e fará o que tem a fazer enquanto dormis.
Não vos atormenteis por causa
da qualidade que desejais perder, mas concentrai a vossa atenção na qualidade
contrária; a positiva desarmará a negativa. Não desanimeis se os resultados se
não revelam tão depressa como desejais. CERTAMENTE os obtereis. Tudo o que vos
falta são exercícios SEM CESSAR REITERADOS.
Como o sistema muscular, a
alma pode ser desenvolvida por exercícios incessantemente repetidos.
Sois senhor de vós. Fazei
o que quiserdes.
A ARTE DA
CONCENTRAÇÃO
"Concentrar - reunir num
centro".
A arte de poder concentrar
toda a sua atenção e todas as suas forças mentais num pensamento ou trabalho, é
uma faculdade das mais preciosas para o homem. Todos nós conhecemos as
inapreciáveis vantagens que oferece o método de trabalhar, quando se está "de
alma e coração" ao trabalho, e a regra de ouro: "Fazei uma coisa cada vez, mas bem feita".
Sabemos que a mais simples
obra é muito melhor executada se nos damos ao trabalho de combinar o pensamento
concentrado com o esforço.
Os trabalhadores diferem todos
uns dos outros num ponto capital, na qualidade de pensamento concentrado com
que acompanham o seu trabalho.
o interesse que o trabalho
inspira ao homem e o grau com que este faz compartilhar nela o seu intelecto,
são resultados diretos do exercício da concentração pela força da Vontade. O
homem que aplica a concentração nas circunstâncias da vida de todos os dias,
exclui todas as impressões que podem distraí-lo e consagra a melhor parte da
sua força-pensamento ao seu trabalho; esse trabalho será melhor, qualquer que
seja a ocupação do indivíduo, quer ele seja jornaleiro, arquiteto, empregado de
escritório, viajante, poeta, pintor ou banqueiro. Todo homem que
"triunfou", aplicou a arte da concentração. Talvez sem dar por isso,
mas, enfim, aplicou-a. E mais do que isso: - TODO HOMEM QUE DESENVOLVER A SUA FACULDADE DE
CONCENTRAÇÃO, TRIUNFARA. Experimentai e convencer-vos-eis.
Se sois um homem de
concentração, o capital se apressará a aproveitar-se dos vossos serviços ou
comprar-vos mercadorias. Tendes compreendido? Certamente que sim.
Pois então deixai-vos de
quebrar a cabeça a propósito de todas as circunstâncias secundárias e metei mãos à obra com solicitude. Metei mãos à obra
e traçai-vos um caminho.
Trabalhai para vos livrardes
das garras da pobreza e da desgraça. E SEM DEMORA!
O homem que conhece a arte de concentrar-se possui um meio
eficaz contra o mau humor. Como? De um modo muito simples: excluindo as idéias
desagradáveis e concentrando o pensamento num assunto alegre. E não digais que não
podeis.
Experimentemos; tomai um lápis e fazei por apará-lo
irrepreensivelmente. Fazei, agora, por concentrar toda a vossa atenção nesse
trabalho, banindo qualquer outro pensamento; ponde toda a vossa energia e todo
o vosso pensamento ao serviço que vos impusestes. Nesse instante, não viveis
senão para fazer uma ponta no lápis. Muito bem; e que tal vai a obra? Com muita
dificuldade, não é assim? Pois é exatamente o que eu pensava. Deveis fazer o
exercício, amigo.
A concentração permi-te-vos focalizar a vossa atenção, o vosso
pensamento e a vossa energia para uma dada coisa, obtendo desta maneira
brilhantes resultados.
Os raios do sol, concentrados
numa lente, desenvolvem um calor muito maior do que os raios diretos dessa
mesma fonte de calor e de luz. É o caso da atenção.
O homem que tem a felicidade
da Concentração dirige a sua atenção e a sua força-pensamento para um só e
único objeto, resultando disso, indubitàvelmente, que toda ação, quer seja
voluntária ou involuntária, é dirigida para esse objeto e atinge-o diretamente.
Já disse, num capítulo
precedente, que o homem pode obter tudo o que quer, contanto que o DESEJE
ardentemente. Se concentrar as energias que estão em si numa coisa, excluindo
todo outro pensamento, essa força concentrada e condensada deve trazer-lhe o
êxito.
"Façais o que fizerdes,
fazei-o com todas as vossas forças". "Fazei uma só coisa cada vez,
mas bem feita".
Concentrando o pensamento, aumentais o seu poder.
Suponhamos que estais
completamente esgotado por algum esforço mental ou físico e que vos vedes
obrigado a descansar. Se vos deitardes, o pensamento que vos ocupou virá
tomar-vos o sono, se houver sono, e tornar todo o repouso impossível.
Segundo a teoria geralmente
aceita, cada pensamento exige um esforço e põe em atividade um certo número de
células do cérebro, ao passo que, durante esse esforço, as outras células estão
em repouso. Posto isto, fàcilmente compreendereis que, quando um grupo de
células do cérebro foi esgotado por um esforço e um trabalho excessivo, a única
maneira por que se pode conceder-lhe um repouso absoluto é concentrar o
pensamento num ponto completamente diferente, privando, assim, de todo trabalho
às células que acabais de esgotar e que ainda vibram, por causa da excitação
produzida pela energia da força motora. Concentrando sobre o NOVO pensamento,
as velhas células são dispensadas de todo trabalho e gozam o bem merecido
repouso. Essas células estão a pedir trabalho e procurarão voltar à sua tarefa
contra vossa vontade; mas se em vós desenvolvestes a força de concentração
necessária, ser-vos-á fácil chamá-las à ordem.
Dirigir o foco da atenção
para um só e único pensamento ou ação.
A PRATICA DA
CONCENTRAÇÃO
A. - A condição principal
para adquirir a faculdade da concentração é a faculdade de excluir todo
pensamento, todo ruído e toda percepção visual estranhos ao assunto; é ter
dominação sobre o corpo e o espírito e este, por sua vez, à vontade. A vontade
é, em si mesma, assaz forte, mas é a alma que tem neces-sidade de ser
fortificada; e este resultado obtém-se colocando-se sob a influencia direta da
vontade. A alma fortificada pela vontade torna-se um poderoso aparelho de
percepção, que projetará com muito mais força as vibrações do pensamento do que
sem essa influência da vontade; e as próprias vibrações terão muito mais poder,
oferecendo resultados muito mais importantes.
O primeiro exercício que se
deve executar consiste em conquistar a dominação sobre os movimentos
musculares. Isto parecerá, à primeira vista, muito simples, mas algumas
experiências em breve vos convencerão do contrário e do fato de que ainda vos
falta aprender muito.
Al. - Mantende-vos em
imobilidade. Isso está longe de ser fácil. Abster-se de todo movimento muscular
involuntário porá a vossa faculdade de concentração em rude prova; porém, à
força de exercício, depressa chegareis a manter-vos imóvel, sem um movimento
muscular, durante um quarto de hora ou até mais.
Acomodai-vos numa cadeira de
braços, muito cômoda; ponde-vos à vontade e "distendei-vos"
inteiramente. Fazei por vos manterdes nesta posição, abso-lutamente cômoda,
durante cinco minutos. Repeti o exercício até que o executeis sem custo.
Depois, prolongai o tempo
deveis estar absolutamente
"frouxo". Este estado de "frouxidão" será de grande
importância para repousardes depois de um esforço físico considerável.
A2. - Tomai assento numa
cadeira, endireitai o tronco, erguei a cabeça e o queixo para a frente e os
ombros para trás. Levantai o braço direito à altura do ombro e no prolongamento
deste. Voltai a cabeça fixai o olhar na vossa mão, tendo o braço imóvel durante
um minuto. Repeti o exercício com o braço esquerdo. Quando puderdes executar
este exercício e que o braço se mantenha em imobilidade perfeita, então
prolongai o tempo até dois minutos, em seguida até três, e assim por diante,
até. cinco. A palma da mão deve estar voltada para baixo,
A3. - Enchei de água
um copo dos de vinho, apertai o copo entre os dedos da mão direita e estendei
para a frente o braço direito. Fixai o olhar no copo
fazei por manter o braço numa
imobilidade tão perfeita que a superfície da água se conserve perfeitamente
quieta. Começai por praticar um minuto, e ide aumentando, sucessivamente, até
cinco minutos. Exercitai alternadamente o braço direito e o braço esquerdo.
A4. - Aplicai-vos a
adquirir uma atitude uma maneira de vos apresentar antes confiante do que sobre
excitado e nervoso. Não deveis, tocar com os dedos nas mesas vidraças. Esses
atos são outros tantos sinais de falta de império mental. Combatei todo o
costume de movimentos rápidos ou sacudidos que possam tornar-se uma segunda
natureza. Isso ser-vos-á fácil "se o tiverdes em pensa- mento" e
praticardes a concentração. Habituai-vos a suportar com igualdade de humor e
com serenidade os ruídos, tais como a queda de um livro ou de um outro objeto,
ou o bater de portas, que, em outro tempo, vos causaria sobressalto. Numa
palavra: dominai-vos. Os exercícios acima indicados serão poderosos auxiliares
para alcançardes os vossos fins.
B. - Os exercícios
supramencionados vos foram dados para desenvolver em vós a arte da dominação
dos movimentos musculares involuntários, submetendo, assim, o vosso
corpo pelas vossas funções voluntárias. Os exercícios seguintes servirão para
vos tomar capaz de sujeitar os vossos movimentos musculares voluntários à
dominação direta da vontade; ou, por outras palavras, Estes exercícios
desenvolvem as faculdades mentais, de maneira a torná-las capazes de produzir
movimentos musculares voluntários.
B1. - Sentai-vos a uma mesa e
fechai as mãos com os polegares dobrados debaixo dos outros dedos; apoiai as
mãos na mesa diante de vós, bem na vossa frente, a todo o comprimento dos
braços.
Fixai o olhar numa delas,
durante alguns minutos, e depois soltai lentamente o polegar, concentrando toda
a atenção nessa ação, como se ela fosse da maior importância. Em seguida,
soltai lentamente o índex, depois o médio e assim sucessivamente até que a mão
esteja aberta. Recomeçai, depois, a ação em sentido inverso; dobrai primeiro o
dedo mínimo e continuai até que os dedos hajam retomado a sua primeira posição
e o polegar dobrado sobre eles.
Fazei o mesmo exercício com a
mão esquerda. Repeti-o cinco vezes por sessão e aumentai até dez vezes.
Este exercício há de
cansar-vos, mas é-vos preciso perseverar nele, visto que é da maior importância
para vós, desenvolvendo e concentrando a vossa atenção num exercício monótono e
insignificante. Não descureis de concentrar toda a vossa atenção no movimento
dos dedos. É essencial. Se o descurardes, o exercício perderá toda a sua
importância.
B2 - Juntai as mãos, deixando
livres os polegares. Girai lentamente com os polegares ora num, ora noutro
sentido. Pensai em concentrar continuamente a atenção numa das extremidades dos
polegares.
B3 - Assentai a mão direita sobre
o joelho, com o polegar e os demais dedos dobrados, exceto o índex, que deve
estar estendido. Movei lentamente esse índex da direita para a esquerda e da
esquerda para a direita, concentrando bem a atenção na extremidade do dedo.
Podeis aumentar
indefinidamente o número destes exercícios e ainda de outros de igual categoria
que a imaginação vos inculque.
O essencial é que o exercício
consista num movimento muscular ordinário, familiar e monótono, e que a atenção
SEJA FORÇADA a concentrar-se e conservar-se concentrada na parte móvel do
corpo. A vossa atenção revoltar-se-á, por todas as maneiras, por se subtrair a
esse domínio. É aí que o exercício se torna necessário e que é preciso forçar a
atenção a fazer o que lhe cumpre até o final, impedindo-a de vagabundar por um
domínio mais atraente. Imaginai que sois um mestre-escola severo e que a vossa
atenção está dirigida a um discípulo rebelde a quem o livro aborrece e que não
faz senão espreitar à socapa as coisas mais atraentes que se vêem da janela.
O vosso dever é obrigar o
discípulo a olhar para o seu livro, porque isso é para seu bem, embora ele
ainda nada entenda de leitura.
Em breve vereis que exerceis
um império muito mais absoluto nos vossos movimentos escolares, no vosso
procedimento e na vossa atitude, e tereis ainda ocasião de observar que a vossa
faculdade de concentração e atenção aos vossos trabalhos diários está muito
mais desenvolvida, sendo esta circunstância do maior interesse para vós.
C. - Os exercícios desta
categoria têm por fim ajudar-vos a concentrar a atenção em algum objeto
material. Tomai um objeto absolutamente sem interesse, por exemplo, um lápis, e
concentrai nele a atenção por cinco minutos. Olhai para ele e pensai nele,
virai-o e revirai-o nos dedos, examinando-o; pensai no seu uso, no seu fim, na
sua matéria-prima e na sua manufatura. Não penseis em mais nada senão nesse
lápis. Imaginai que o fim da vossa vida é estudá-lo e que nada mais existe, no
mundo, senão vós e ele; que não há, no mundo, mais do que duas coisas; vós e o
lápis. Não consintais que a vossa atenção deixe de examinar o lápis;
recordai-lhe o seu dever. Em breve, vereis que a vossa atenção é uma criatura
rebelde, porém não lhe permitireis fazer o que lhe apetece, zombando da vossa
vontade. Enfastiá-la-eis além das medidas; mas como é para seu bem,
insistireis. Quando essa atenção rebelde houver sido vencida, tereis alcançado
uma vitória muito maior do que o imaginais agora. Muitas vezes, na vida, a
tarefa que vos impuserdes exigirá a vossa atenção; então ser-me-eis reconhecido
por vos haver exortado a este exercício.
O exercício pode ser variado
todos os dias, mas a escolha deve sempre recair numa coisa sem interesse
familiar, como objeto da vossa atenção concentrada. Não escolhais um objeto
interessante, porque, nesse caso, a concentração não exige nenhum esforço.
Deveis escolher alguma coisa que "dê que fazer" à vossa atenção.
Quanto mais despido de importância for o objeto, mais considerável será o
esforço e mais importante o exercício. Este exercício parece arrastar consigo a
dificuldade seguinte: gastareis dentro em pouco
material de experiência que
tiverdes à mão, visto que a concentração contínua da atenção sobre um objeto
banal forçará esta, por instinto de defesa, a interessar-se pelos objetos nos
quais está concentrada. Este perigo, porém, não passa de imaginário, visto que,
quando houverdes chegado a tal ponto, não tereis mais necessidade de praticar
Estes exercícios, o que será um sinal de que estais apto para concentrar a
atenção em toda
qualquer coisa.
Podeis tirar proveito muito
maior dos exercícios indicados nos capítulos precedentes, agora que conheceis
as vantagens que a concentração oferece.
Ser-vos-á mais fácil
"guardar o pensamento presente ao espírito", dar mais força às vossas
sugestões e à projeção das vibrações mentais. O desenvolvimento do vosso olhar
entrará numa fase nova, assim como os exercícios da Volição telepática, etc.
Sereis capaz de vos curar de maus hábitos e contrair bons. Numa palavra: a
assimilação da faculdade de concentração permitir-vos-á fazer as coisas melhor
que outrora. Tereis adquirido um poder que vos fará senhor, em vez de escravo
das vossas inclinações.
O homem que se venceu a si
próprio não tem dificuldade nenhuma em exercer a sua influência em outra
pessoa.
Ensaiai a vossa força de
vontade em vós mesmo, de diferentes maneiras, até que estejais certo do império
sobre vós. Não vos contenteis com menos. Quando NISTO houverdes triunfado,
tereis o império sobre os vossos semelhantes.
todos possuem DENTRO DE SI a
verdade e essa manifestar-se-á quando for tempo, desenvolvendo-se, tal como uma
flor, gradual e naturalmente. O reconhecimento do "Eu Sou" traz a sua
recompensa consigo mesmo. Prossegui o vosso caminho na vida, séria e serenamente.
A precipitação não é sinônimo de rapidez. A excitação e a energia são duas
coisas diferentes. O ruído e a força não são idênticos. O homem tranquilo,
sério, perseverante, atingirá o seu fim muito mais rapidamente do que o que
possui as qualidades contrárias. A confiança, a tranquila expectativa, o Desejo
ardente e calmo, eis a força dinâmica, tripla e poderosa, que dará a solução de
muitos problemas, querendo a humanidade reconhecê-la. O sábio serve-se de
coisas que o tolo desdenha. A pedra rejeitada pelos construtores foi posta por
fundamento no templo.
Caminhai para diante, forte
nas vossas resoluções, forte nas forças novamente adquiridas. Cumpri o vosso
dever, primeiro para convosco' e, em seguida, para com os outros homens. Não
enganeis o vosso semelhante, nem tampouco vos deixeis enganar por ele. Não
provoqueis rixas, mas não vos deixeis espancar por ninguém.
Mas não consintais que o ódio
se vos aninhe no peito. Correi mundo, com a graça de Deus no coração, e nas
mãos um bom chicote. Não useis o chicote como arma ofensiva - isso nunca! - mas
conservai-o para o caso de ser preciso.
O cão que mantém uma atitude
serena e sossegada, quase que não corre risco nenhum de travar conhecimento com
as botas do transeunte; ao passo que o cão de guarda, que se arrasta de rabo
entre as pernas, oferecendo assim um ponto de ataque, corre grande risco de
apanhar o seu pontapé - e, apanhando-o RECEBE AQUILO COM QUE CONTAVA. Ora, o
que acontece com o cão, acontece também com o homem.
Entrai no silêncio - e uma
nova claridade vos deslumbrará os olhos. "Batei e abrir-se-vos-á."
"Pedi e recebereis.»